“Ainda
que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu
estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam” Salmos 23.4
Se
você olhar atentamente com os olhos iluminados do Espírito Santo para este
versículo, conseguirá enxergar a realidade desta verdade. Se existe o certo é
porque tem o errado, se há uma verdade é porque tem uma mentira, agora com este
conceito mais apurado, vais conseguir enxergar a realidade deste texto:
... não temeria mal algum, porque tu estás
comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam” Salmos 23.4
Se
ele não teme mal algum, é porque tem quem tema. O vale da sombra da morte faz
parte do mundo espiritual, é tenebroso, escuro, sem piedade, pois este vale é o
domicílio de principados e potestades e hostes infernais nas regiões
celestiais.
“porque
não temos que lutar contra a carne e sangue, mas sim, contra os principados,
contra as potestades, contra o príncipe das trevas deste século, contras as
hostes espirituais da maldade, nos
lugares celestiais” Efésios 6.12
Os
demônios deste lugar são assustadores: suas fisionomias são totalmente
deformadas, uns têm caras de cachorros, outros se apresentam como leão com
dentes desafiadores
“abriram
contra mim suas bocas, como um leão que despedaça e que ruge” Salmos 22.12
“.. .e
me puseste a beira da morte, pois me rodearam cães; o ajuntamento de
malfeitores me cercou...” Salmos 22.15,16
Eles
ficam ali esperando o espírito da morte tragar os viventes, eles sabem que a
vida tem um tempo determinado por Deus, embora não conheçam qual é o espaço
deste tempo, ficam prontos para agirem quando um indivíduo vem a óbito.
Este
lugar é mesmo amedrontador, mas o salmista afirmou não temer o vale da sombra
da morte, e tinha mesmo por que não temer, pois tinha o selo do Espírito Santo.
“Ora,
havia um homem rico, e vestia-se de púrpura de linho finíssimo, e vivia todos
os dias regalada e esplendidamente. Havia também um certo mendigo, chamado
Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele.
E
desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios
cães vinham lamber-lhe as chagas. E aconteceu que o mendigo morreu e foi levado
pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico e foi sepultado.
E, no
Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão e Lázaro,
no seu seio. E, clamando, disse: Abraão, meu pai, tem misericórdia de mim e
manda a Lázaro que molhe na água a ponta do seu dedo, e me refresque a língua,
porque estou atormentado nesta chama..” Lucas 16.19-24
Aqui
Jesus está relatando uma história, e usa dois personagens: o homem rico e
Lázaro, o mendigo. A bíblia não menciona o nome do homem rico, então para sua
melhor compreensão vamos chamá-lo de Artur (pensamento hipotético)
—
O que está acontecendo? As minhas vistas estão ficando escuras, cadê as pessoas
que me amam... Por que meu corpo está inerte, e por que estou vendo meu corpo
desta forma? Quem é você? Por que você é tão fria, por que estou fora do meu
corpo? Hei, hei, para onde estão me levando, espera aí, eu não quero ir...
Socorro! Quem é você?!
—
Eu sou a Morte...
—
Morte?! Como assim, que conversa é essa, eu tenho muito a viver ainda...
—
Artur, seu tempo acabou, e o Criador do universo me deu permissão para te
buscar. Venha...
—
Ir pra onde? Eu não quero ir...
—
Para o vale da sombra da morte...
Artur
se desespera. Tenta voltar, mas não consegue. Está sendo arrastado velozmente
para o vale da sombra da morte, seu corpo estava sendo velado, seu espírito
estava com Deus, e sua alma estava sendo arrastada.
—
Quem são eles, e por que estão olhando para mim desta forma?! Que lugar é este?
Os
demônios nas regiões celestiais o cercam com muita algazarra. Artur está
desesperado, grita, se debate todo, grita por socorro, mas não tem mais
jeito...Um dos demônios perguntam ao anjo que o acompanhava.
—
Ele tem o selo?
E
Artur indaga desesperado:
—
Que selo, do que eles estão falando, pelo amor de Deus eu quero voltar, quero
sair daqui, me leva de volta... Que selo, responda, responda...
Um
dos anjos de Deus que o acompanhava responde:
—
Ele não tem o selo.- o anjo olha para Artur. - Lamento Artur, você não tem o
selo, e esses espíritos maus vão cuidar de você.- o anjo ordena que o levem.-
Ele não tem o selo, podem levar.
—
Espera aí... Que selo, do que ele está falando?! Levar pra onde, onde estão me
levando? Pára com isso, pra onde estão me levando?? Socorroooooooo...
Seus
entes queridos choravam sua morte. Enquanto era velado, se ouviam comentários:
—
Meu filho, por que você partiu tão cedo... As pessoas perguntavam umas para as
outras onde ele estaria, para onde teria partido.
O
ser humano é limitado, e não consegue enxergar do outro lado, mal imaginavam
eles, o que estava acontecendo com Artur.
“E aconteceu que o mendigo morreu e foi
levado pelos anjos para o seio de Abraão...”
Longe
dali, outras pessoas também choravam, choravam a Lázaro. Lázaro era um mendigo,
tinha poucos amigos, e eles também perguntavam curiosos onde estaria Lázaro.
Enquanto isso...
—
Quem são vocês? O que querem comigo?
—
Somos anjos de Deus, Lázaro, viemos te buscar.
—
Quem é aquele ser frio e feio, indaga Lázaro.
—
Não se preocupe com ele, é o espírito da Morte, agiu com a permissão de Deus, mas
não tem mais poder sobre você, fez o que tinha que ser feito.
“... e foi levado pelos anjos ...”
Os
anjos o acompanham até o vale da sombra da morte.
—
Quem são eles? Cada ser estranho... Por que estão tentando impedir nossa
passagem?- os demônios o cercam, e os anjos protegem a Lázaro.
—
Ele tem o selo?- pergunta os demônios.
—
Sim, ele tem o selo! Neste momento Lázaro sorri gostoso.
—
Podem passar, podem ir!
—
Ir pra onde?
Lázaro
estava sentindo um gozo em sua alma, regozijava-se. Sua alegria se misturava ao
do Criador do universo.
“Preciosa
é à vista do Senhor a morte de um justo” Salmos 116.15
Lázaro
estava feliz, seu espírito estava com Deus, seu corpo estava sendo velado, e a
sua alma estava indo ao seu destino.