Bebendo lágrimas de si mesmo de dia e noite não tem alma que
reestabeleça...
O salmos 42 é um salmo que não deve existir em nossa
alma...É o salmo da auto vitimização “em nome de Deus”.
“Como a corça suspira pelas águas correntes,
assim, por ti, ó Deus, anseia a minha alma.
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando poderei entrar para apresentar-me a Deus?”
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando poderei entrar para apresentar-me a Deus?”
Ficar retroalimentado suas angustias só leva
ao abismo do ser. Há pessoas que se alimentam de sua piedade negativa, ficam
com pena de si mesmo, e passam a se alimentar da própria negatividade e
frustração em nome de Deus. Nem Deus pode alegrar um ser que se alimenta das
suas dores. A espiritualidade desta pessoa é uma intercessão amargurada. O assunto
desta pessoa com Deus é só murmuração de si mesmo.
“Minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite,
porquanto me questionam o tempo todo: “Onde está o teu Deus?”
Na verdade esta pessoa se fosse sincera
admitiria que precisa da validação das pessoas a seu respeito para ser feliz. Quando
o salmista diz como a “corsa suspira” ele falava dele, ele sentia falta dos
aplausos que outrora tinha, são pessoas que precisam da auto confirmação para
se sentir em Deus. Mas quando lhe é tirado o palco, o microfone, ficam se vitimando.
Na realidade deveria termos a consciência de Davi no salmos 23, apesar do
refrigério, dos pastos verdejantes, da companhia de Deus, temos vale de sombra
da morte para atravessar e inimigos que se levantam pelo caminho. Isto é a
vida.
Essas pessoas sente saudade das validações públicas,
de quando era visto e aplaudido. Na realidade este salmista não sentia falta de
Deus, e sim da auto validação das pessoas. E quando este chão é tirado, a
oração dessa pessoa é: olha o que eles fizeram comigo, olha o que falam de mim...
É uma existência neste estado.
“Recordo-me
dessas ocasiões, e dentro de mim se me derrama a alma em profundo pranto, de
como caminhava eu junto à multidão, conduzindo-os em procissão rumo à Casa de
Deus, com cantos de júbilo e louvor entre a multidão que festejava.”
Por que estás assim tão abatida, ó minha alma? Por que te angustias dentro de mim? Deposita toda a tua espera em Deus! Pois ainda o louvarei por seu livramento; Ele é o meu Salvador.”
Por que estás assim tão abatida, ó minha alma? Por que te angustias dentro de mim? Deposita toda a tua espera em Deus! Pois ainda o louvarei por seu livramento; Ele é o meu Salvador.”
O salmista ainda com uma falsa piedade usa o
nome de Deus para se auto vitimar. Ele olha para o monte Hermom que representa
Deus e vê as águas jorrando, mas prefere ficar no abismo do seu ser, e um
abismo chama outro abismo. Porque estás abatido oh minha alma? Porque você só
fica bebendo do culto ao sentimento do seu ser, fica se alimentando de sofrimentos,
ai a alma se abate mesmo.
“Ó meu Deus, esmorecida
está a minha alma; por isso em ti fixo o meu pensamento desde a terra do
Jordão, das alturas do Hermom, desde o monte Mizar.
Do abismo as águas chamam as torrentes no troar de suas cataratas, e todos os vagalhões se precipitaram sobre mim.
Do abismo as águas chamam as torrentes no troar de suas cataratas, e todos os vagalhões se precipitaram sobre mim.
Apesar de saber que Deus é misericórdia este tipo de
individuo não consegue andar, pois está atrofiado e dando mais atenção a si
mesmo do que procurar apresentar-se em pé diante da vida. A pessoa tem até
relances de melhoras mas não consegue parar o ciclo:
“Contudo, durante o dia o SENHOR me concede a sua misericórdia, e à noite comigo está sua canção de louvor. É a minha oração ao Deus da minha vida.
Declaro a Deus, minha Rocha: Por que te esqueceste de mim? Por que razão caminhar”.
“Contudo, durante o dia o SENHOR me concede a sua misericórdia, e à noite comigo está sua canção de louvor. É a minha oração ao Deus da minha vida.
Declaro a Deus, minha Rocha: Por que te esqueceste de mim? Por que razão caminhar”.
Quando você pensa que a pessoa está
melhorando ela começa a se lamuriar tudo novamente, e traz sobre si a dor da
necessidade de ser visto, é tão angustiante que ele diz que é como espada o
perfurando. Quando ele se diz que os adversários fala “onde está teu Deus”,
isso só constata a necessidade de aplauso, pois ele acha que Deus é na vida
dele se tiver nos holofotes, caso contrário, ele acha que Deus se retirou da sua
alma. A pessoa descobre que só tinha crenças mas não fé. Pois na fé não há sentimentos,
só há convicções:
“Como uma espada, que
perfura meu corpo e atinge os ossos, é a aflição produzida pela zombaria dos
meus adversários, questionando-me sem parar: “Onde está o teu Deus?”
Por que estás assim tão triste, ó minha alma? Por que martirizas o meu ser? Põe a tua esperança em Deus! Porquanto ainda o louvarei por tua presença salvadora, ó meu Deus!”
Por que estás assim tão triste, ó minha alma? Por que martirizas o meu ser? Põe a tua esperança em Deus! Porquanto ainda o louvarei por tua presença salvadora, ó meu Deus!”
Tem muita alma produzindo salmos de auto vitimização. Mas a
pessoa que anda realmente pela fé, não tem em seu ser este tipo de lamentações.
Este tipo de pessoa são aquelas que só querem Deus para vencer os inimigos, mas
se esquece que Deus manda abençoa-los.
Fernando Romero.