quinta-feira, 20 de agosto de 2020

UM “ATEU” CHAMADO TEÓFILO


Tendo em vista que muitos já se empenharam em elaborar uma narrativa histórica sobre os eventos que se cumpriram entre nós, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram testemunhas oculares dos fatos e servos dedicados à Palavra, eu, pessoalmente, investiguei tudo em minúcias, a partir da origem e decidi escrever-te um relato ordenado, ó excelentíssimo Teófilo. E isso, para que tenhas plena certeza das verdades que a ti foram ministradas. LUCAS 1.1-4

O que precisamos saber, é que os relatos dos quatros evangelhos ( Mateus, marcos , Lucas e João) sobre o Jesus-hitórico, não são os únicos como se acredita ser. Os eventos sobre Jesus era passado de forma oral, como em um telefone sem fio, para as pessoas, e isso causava muitas dúvidas sobre a veracidade dos fatos. Fato é que os evangelhos foram escritos anos mais tarde depois da morte de Jesus, e muitas das testemunhas oculares de Jesus já havia morrido.

Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras,
E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.
E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze.
Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já estão mortos também.
1 Coríntios 15:3-6

Como acreditar em Jesus se muitos já estavam mortos? Esta mesma dúvida pairava sobre um ateu chamado Teófilo. Ele tinha ouvia muito sobre Jesus, porém, tudo de forma oral ( telefone-sem-fio), então Lucas que era um historiador e médico resolve investigar o que se falava de Jesus. Quando Teófilo indagou se Jesus era uma fraude ou uma verdade, já tinha passado aproximadamente 70 anos após a morte e ressurreição de Jesus. Portanto, a investigação de Lucas para escrever e colher informações se tornava mais difícil, pois muitos das testemunhas oculares já estavam mortos.

No entanto, Lucas, diz que muitos já tinham redigido narrações, e ele não sugere que os relatos deles não fossem adequados.

“Tendo em vista que muitos já se empenharam em elaborar uma narrativa histórica sobre os eventos que se cumpriram entre nós...”

Isso mostra que muitos evangelhos estavam sendo escritos antes de Lucas. Porém, esse relato tinha que ser publicado, o que significa que teria de ser composto de um modo que permitisse sua circulação como um relato histórico escrito. Teófilo custeou todo o trabalho e publicação de Lucas, mas, antes ele queria ter certeza sobre Jesus, como todo bom ateu.
E a conclusão que Lucas chega para preencher as dúvidas de Teófilo são estas:

“eu, pessoalmente, investiguei tudo em minúcias, a partir da origem e decidi escrever-te um relato ordenado, ó excelentíssimo Teófilo. E isso, para que tenhas plena certeza das verdades que a ti foram ministradas.” Lucas 1.3,4

Com certeza, foi um trabalho árduo de pesquisa e muitas leituras dos documentos da época como, por exemplo, o escrito de Flávio Josefo ao narrar os acontecimentos que aconteceram durante a época de Pilatos que você pode achar no Antiquities 18.3.3, parágrafos 63,64:

...Naquele tempo apareceu Jesus, um homem sábio, se pelo menos ele pode ser descrito assim. Ele era pessoa que fazia obras milagrosas, um mestre para pessoas que estão ansiosas para ouvir verdades. Reuniu muitos judeus, mas também muito do povo grego: ele era o Cristo. Com base em relatórios de alguns de nossos membros proeminentes (os judeus), Pilatos sentenciou-o a morrer na cruz, mas aqueles que tinham aprendido a amá-lo, não deixaram sua afeição, porque ele lhes apareceu no terceiro dia, vivo (o profetas divinos tinham mencionado essa e milhares de outras coisas milagrosas a respeito dele. A tribo dos cristãos que têm o nome dele, ainda existe.,.

Entre esses documentos históricos estão muitos outros registros da época que Lucas deve ter pesquisado, entre muitas entrevistas, e apurando os fatos minuciosamente como Teófilo lhe propôs. Mas após árdua investigação histórica, ele chega a conclusão que Teófilo poderia crer no que lhe foi dito de forma oral, e agora ele teria as certezas das verdades.

Fernando Romero.

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