sábado, 27 de fevereiro de 2021

MAKROTHUMIA

” A palavra molestar no grego é makrothumia, que significa afastar sua ira para bem longe.

Deus também usa seu makrothumia (remoção da sua ira para bem distante) para que possa nos ouvir. Um claro exemplo da sua misericórdia é: Um rei r estava pensando onde acampar suas tropas. Ele resolveu colocar a uma boa distância da capital, de forma que no caso de desobediência civil, levariam algum tempo para que as tropas chegassem, neste interim de tempo, os rebeldes teriam a oportunidade de cair em si ( livro Parábolas de Lucas, pagina 319).

 

A ira de Deus é o seu amor em chamas. Você consegue entender isso? Quando não recebemos o que merecemos é porque estamos desfrutando da misericórdia divina, é quando Deus afasta de si a sua ira por nós assim como aquele rei armou suas tropas distante da capital. Então ele afasta para longe de si sua makrothumia para nos receber, e isto Ele faz por intermédio de Cristo que levou sobre si toda a ira divina que era para nós. O ato mais lindo de Jesus foi trocar de lugar conosco, Ele tomou nossos pecados e nos deu sua justiça, isto significa que Deus despejou sua makrothumia sobre Jesus, afastando sua ira de nós por um tempo, para que possamos cair em si  e nos arrepender dos nossos pecados.

 

Isto chama GRAÇA

 

Fernando Romero.

 

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

O JUÍZ E A VIÚVA


Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava homem algum. Havia também naquela mesma cidade uma certa viúva e ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. E, por algum tempo, não quis; mas, depois, disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte e me importune muito. E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?
Em primeiro lugar para entendermos esta parábola é preciso entender que na bíblia é ordenado que os juízes julguem com retidão os casos de órfãos e viúvas: Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas.
Isaías 1:17
As viúvas são vulneráveis à opressão e à injustiça, pois elas não tem alguém para protege-las. Por isso Deus ordena que os juízes lhes dê especial consideração (Ibn al-Tayyib página 312)
No caso desta parábola, Jesus está afirmando que este juiz não tem nenhuma fagulha de honra em sua alma, ele não sente vergonha diante de Deus e diante dos homens por feriar uma viúva desamparada, ele prefere favorecer o adversário dela. Qual o pano de fundo dessa parábola? Precisamos mais uma vez recorrer a cultura do oriente médio: muitos dos juízes eram desonestos e cobravam uma propina para dar a sentença. Então presumisse que esta mulher está inteiramente só, sem ninguém para fazer suborno a seu favor, ela não tinha nenhum protetor para coagir o juiz, e nenhum dinheiro para corromper. Outro sim, é que no oriente médio as mulheres não vão pedir justiça no tribunal e sim os homens. Jesus está disposto a ensinar alguma lição.
Mas Jesus disse que este juiz por certo tempo se irou contra ela e não a atendeu, mas, por ela importunar tanto no saguão da corte este juiz resolveu atendê-la: “todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte e me importune muito.” A palavra molestar no grego é makrothumia, que significa afastar sua ira para bem longe. Portanto entendemos que este juiz ao afastar sua ira, por aquela mulher não ter dinheiro para propina, resolveu julgar sua causa.
O que Jesus quis ensinar a seu auditório? Ele estava ensinando sobre sermos perseverante nas orações. Se as necessidades dessa mulher são supridas, quanto mais as necessidades dos piedosos que oram não a um juiz iniquo, mas a um Pai amoroso. Assim como esta viúva, que representa cada um de nós, não devemos olharmos para nossa situação desencorajadora e desesperada, e podemos ficar certos que nossas petições serão ouvidas e atendidas por um Deus que é justo. Deus também usa seu makrothumia (remoção da sua ira para bem distante) para que possa nos ouvir. Um claro exemplo da sua misericórdia é neste exemplo: um rei r estava pensando onde acampar suas tropas. Ele resolveu colocar a uma boa distância da capital, de forma que no caso de desobediência civil, levariam algum tempo para que as tropas chegassem, neste interim de tempo, os rebeldes teriam a oportunidade de cair em si ( livro Parábolas de Lucas, pagina 319).
Da mesma forma Deus afastou sua ira e despejou no seu filho Jesus, portanto podemos entrar em oração na sua presença sem medo, pois sua ira foi removida para longe, e pode ser que em oração caímos em si e nos arrependemos. Às vezes, estamos só sem ninguém por nós como esta mulher viúva, mas Jesus disse que o Pai é por nós. Basta nos dirigirmos a Ele em oração.
A oração vence o medo, e Jesus nos ensina que nos dirigimos a um Pai amoroso e não a um juiz iniquo. Se esta viúva foi suprida por este juiz sem escrúpulos, muito mais nós que oramos a um Deus justo.
Fernando Romero.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

A MAIORIA DOS SACERDOTES DE HOJE ESTÃO COM A TEOLOGIA CERTA, PORÉM A INTERPRETAÇÃO ERRADA.


“O que está escrito na lei? Como lês?”
Essa afirmação de Jesus de como lemos a escritura é para mim um divisor de águas do que é evangelho. Fato que é que um doutor da lei foi testar Jesus e então Jesus claramente diz que tudo depende de como enxergamos.
E eis um doutor da lei levantou-se para testá-lo, dizendo? “Mestre que farei para herdar a vida eterna?” E Jesus lhe disse: “o que está escrito na lei? Como lês?’O doutor da lei responde: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda tua alma e de toda tua força, de toda sua mente, e a teu próximo como a ti mesmo.” Jesus respondeu: “faze isto e viverás.” Ele querendo se justificar pergunta para Jesus: “quem é o meu próximo?”
Então Jesus faz a seguinte construção teológica:
Cena 1 OS SALTEADORES
Um homem estava descendo de Jerusalém para Jericó e caiu entre os salteadores, e eles o despojaram e espancaram, e se foram, deixando meio morto.
Jesus mostra que nos 27km que separam Jerusalém de Jerico um homem e foi assaltado, espancado, teve suas roupas tiradas, e ficou desmaiado em completa necessidade de socorro. Jesus provoca seu auditório ao afirmar que ele teve suas roupas tiradas, pois desta forma ele estava reduzido a um mero ser humano em estado de necessidade. Ele não pertencia à comunidade étnica ou religiosa de ninguém. Quem se desviará do seu caminho para prestar ajuda?
Cena 2 O SACERDOTE
Ora, por coincidência certo sacerdote descia por aquela estrada e quando viu o homem, passou pelo outro lado.
O sacerdote via a lei como um conjunto de regras de faça e não faça. Os sacerdotes recebe e come dos dízimos dos dízimos. Ele como sacerdote não podia tocar um corpo meio morto pois ficaria impuro, e este privilégio de comer bem lhe seria tirado. E também, enquanto tivesse sob a interdição por causa da contaminação, ele não poderia oficiar em nenhuma cerimônia e não podia vestir as suas filactérias. Ele deveria passar por uma cerimônia de purificação onde um gongo era tocado na porta oriental em frente ao altar. É fácil imaginar a terrível humilhação que o sacerdote sentiria se contraísse impureza ritual. O processo lhe custava caro pois era ele que tinha comprar um novilha vermelha e queimar (livro Parabolás de Lucas pagina 89). Desta forma, o doutor da lei se sente provocado por Jesus sob quais lentes ele enxerga as escrituras. São pessoas que consideram a ajuda oferecida a pecadores como uma ação contra o próprio Deus.
Cena 3 O LEVITA
Semelhantemente também um levita chegou àquele lugar e quando viu passou de lado.
Jesus continua a ensinar que em nome de uma teologia certa porém com leitura errada, a negligência faz que tanto sacerdote e levitas contribuem para o sofrimento do homem ferido. O levita, por sua vez, pode ter pensado consigo mesmo, que devia caber-lhe a tarefa de desempenhar um oficio perigoso, do qual o sacerdote acabara de se esquiva; dever não devia ser; se assim o fosse o outro jamais teria se omitido (livro Parábolas de Lucas, pagina 91). O levita é uma representação do que é ensinado pelos sacerdotes. Mais uma vez a pergunta de Jesus soa forte no meu coração: “O que está escrito na lei? Como lês?”
Cena 4 O SAMARITANO
E certo samaritano, viajando, veio a ele e quando o viu teve compaixão dele.
Os samaritanos eram publicamente amaldiçoados nas sinagogas, diariamente era feito uma petição a Deus para que os samaritanos não fosse participantes da vida eterna (Osterley, 162) a mishina dos judeus declarava: “ aquele que come o pão dos samaritanos é como aquele que come a carne de suínos”. É justamente a figura do samaritano odiado que Jesus usa para aquele doutor da lei. O samaritano veio até o homem, sem se preocupar com os salteadores ou com as opiniões, para ele aquele homem precisa de ajuda e todo homem é um irmão, é um próximo, o próximo é sempre quem está passando por necessidade.
Cena 5 OS PRIMEIROS SOCORROS
Dirigiu-se a ele e atou as feridas derramando óleo e vinho.
Óleo e vinho não eram remédios que comumente que seu usava para prestar socorros. Jesus fez questão de pegar dois elementos de culto usado para libação. Jesus estava falando que entre o sacerdote e os levitas, foi o samaritano que derramou a verdadeira oferta aceitável a Deus. Imagina a ira dos religiosos ao verem Jesus considerar que um homem inimigo foi quem exerceu amor ao próximo? Tudo depende se interpretamos as escrituras tendo Jesus como chave hermenêutica.
“O que está escrito na lei? Como lês?”
Cena 6 O PAGAMENTO FINAL
No dia seguinte tomou e deu dois denários ao hospedeiro e disse: “cuida dele, e o que gastares a mais, eu, quando voltar, lhe pagarei.”
Jesus estava dizendo que este samaritano rejeitado estava compensando a falta dos sacerdotes, levitas e salteadores. Vejamos: os assaltantes roubaram-no, mas o samaritano pagou por ele, os sacerdotes e levitas deixaram moribundo o abandonando, mas o samaritano deixa-o sob cuidados e promete voltar.
Desta forma aprendemos com Jesus que preciso torna-me próximo de qualquer pessoa que esteja em necessidade. Cumprir as leis significa que preciso estender-me em compaixão dispendiosa para todas as pessoas, até para meus inimigos. Este padrão continua válido, mesmo que eu nunca o alcance. Portanto a pergunta do doutor da lei quem é meu próximo é reformulada por Jesus para: de quem preciso me tornar próximo? E a resposta é: qualquer pessoa que se encontre em necessidade.
Segundo Jesus muitos religiosos estão com a teologia certa, mas com a interpretação errada. Como estamos tratando os homossexuais? Os viciados? Os diferentes? (confesso que subi o tom) porém coloca cada um deles no lugar do homem que foi surrado, e você verá como devemos agir. O problema está justamente na forma correta de interpretar as escrituras
“O que está escrito na lei? Como lês?”
Fernando Romero.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

CONCEITO DE ALTAR E COMUNHÃO


No altar em leviticos era oferecido um holocausto se precisava de um sacerdote, fogo, lenha e o ofertante.
Hoje o altar do Senhor somos nós.
O termo comunhão em grego kinonia ( κοινονια )
Etimologias: “companheirismo, sociedade”
UMA SOCIEDADE COM DEUS – COMPANHEIRISMO...
ALTAR: do hebraico mizbeah = “Um Lugar elevado”. O CÉU
OU SEJA: Quando ofertamos nossas vidas a Deus , Ele se Aproxima como companheiro e
Vc se Aproxima em um padrão elevado Céu.
Fernando Romero.

MUITO CUIDADO COM A SUTIL TENTAÇAO DO “BEM”


Ora, havia alguns gregos, entre os que tinham subido a adorar no dia da festa.
Estes, pois, dirigiram-se a Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e rogaram-lhe, dizendo: Senhor, queríamos ver a Jesus.
Filipe foi dizê-lo a André, e então André e Filipe o disseram a Jesus.
E Jesus lhes respondeu, dizendo: É chegada a hora em que o Filho do homem há de ser glorificado.
Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.
João 12:20-24
Quando a tentação é maligna fica bem mais fácil de vencer. Os prejuízos são facilmente calculados. Quem não sabe que se trair seu cônjuge vai perder seu casamento? Que se entregar as drogas irá se destruir?
Mas o que vejo hoje é que a tentação mudou de cara, e tem feito cócegas na alma de muitos e o fim tem sido trágico. Observe o texto que Jesus estava fazendo muitos milagres e o povo louvava a Jesus, porém, a tentação maligna que não teve sucesso contra ele, então agora vem uma tentação em forma de proposta do bem.
QUAL ERA ESSA TENTAÇÃO?
Os gregos queriam ver Jesus. Eram os gregos dizendo: você não precisa morrer Mestre, basta vir para a Grécia, e te livraremos da morte, você vai ser muito útil com estes pensamentos na cultura grega. Vai atrair os holofotes. Esse era o veneno por detrás dessa proposta.
O convite tinha cara de bem, afinal, livraria Jesus da Morte e do seu propósito. Nesta bifurcação do sucesso esta tentação pega muita gente. E muitos perdem tudo com este envenenamento sutil. A tentação do “bem” procura afastar você de si mesmo. Afastar o chamado de Deus de você.
Jesus ficou muito angustiado com esta proposta. Essa é a tentação da fama, e Jesus então foca no propósito do Pai e diz: Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.
Jesus então recusa tal proposta, e prefere morrer, pois ele sabe que morrendo ele daria muito mais frutos, mas, se aceitasse essa proposta, ele ficaria só, a promessa da fama, era somente para tirar do objetivo da cruz.
Viu como a tentação do bem ela pode ser muito mais destrutiva? Você precisa ser muito lucido para enxergar a ruína. Quantas pessoas foram seduzidas pela fama e hoje ninguém se lembra do seu nome. Mas Jesus em resposta a tal proposta diz: é pela cruz que atrairei todos a mim, é pelo amor a humanidade, e não pelo convite da longevidade da cultura grega.
Jesus não fazia negócios com a vida e nem com seu chamado. É em Jesus que está o nosso maior exemplo de como discernir tentações.
Que Deus possa nos dar discernimento pra sabermos o que está por detrás de cada convite e de cada proposta. Você sentirá muita angustia pra recusar, até mesmo Jesus se angustiou, pois o que está ofertado pela tentação do bem parece mais seguro e melhor. Mas, se temos convicção do chamado de Deus em nossas vidas então escolheremos o caminho da cruz, ainda que seja mais doloroso.
Fernando Romero

A HISTÓRIA DO RELIGIOSO QUE FOI HUMILHAR JESUS E UMA PROSTITUTA E SAIU HUMILHADO.


Cena 1
Convidou-o um dos fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar à mesa, e eis que uma mulher da cidade, pecadora...
Jesus havia trazido uma mensagem o famoso sermão da montanha. E isso chamou a atenção dos religiosos e escribas como das demais pessoas, sendo assim precisamos entender o pano de fundo dessa história: um fariseu comia separadamente dos demais, e todas as refeições requeriam pureza ritual visto que um fariseu não podia ter contato com outras pessoas a não ser com rabinos. Esse tipo de jantar era comum no oriente médio nos dias de Jesus, eram chamados de refeições teológicas, onde se realizava estudos da torá e algumas vezes iam até tarde da noite quando tinham discussões inflamadas. Quando aparecia um sábio no território este era convidado para esta refeição e Jesus era este sábio visitante entre os intelectuais locais. Jesus havia impressionado com o sermão da montanha e agora foi convidado pelo fariseu Simão a estar na sua casa.
Outro sim que temos que destacar era que essas refeições elas era públicas e os portões ficavam aberto, desta forma quem da comunidade quisesse acompanhar o debate teria acesso, e não era impedido de entrar, no entanto a refeição era separada dos fariseus. Receber hóspedes era um negócio público. O portão do jardim e as portas...estão abertos...Uma mesa longa e baixa, era colocado ao centro da casa, e ao chegar todos deveriam tirar as sandálias ( livro Parábolas de Lucas, pagina 40)
Agora você entende porque esta mulher pecadora teve acesso a casa, pois era refeição publica para demonstrar “santidade”..
Cena 2
E quando ela ouviu dizer: “Ele está jantando na casa do fariseu, levando um frasco de alabastro com perfume, e estando por detrás dele aos seus pés, chorando ela começou a molhar os seus pés com suas lágrimas. E ela os enxugava com os cabelos de sua cabeça e beijava seus pés e ungiu-os com o perfume.
Quando um rabino visitante era chamado para esta refeição era para ser honrado, mas neste caso, Jesus foi chamado para ser humilhado por Simão o fariseu, isto fica claro quando ele quebra vários princípios de gentileza em relação a Jesus. Jesus era um rabino e o Simão também, um rabino ao hospedar um outro rabino deveria pedir para seus servos lavar os pés do visitante, beijar na face, e ungir a cabeça com azeite. Isto é princípio cultural no oriente médio. Simão não fez nada disso, e lembre-se que estava vista de toda comunidade pois a refeição era pública na casa de Simão. Quando um hospedeiro não seguia estes rituais ele estava dizendo para a comunidade que ele era superior ao hóspede. Simão se julgava acima de Jesus.
Cena 3
Ora, quando o fariseu que o havia convidado viu isso, disse para si mesmo: “se este fosse profeta, quem é a espécie de mulher é esta que o está tocando, pois ela é uma pecadora” e Jesus respondeu e disse: “Simão tenho algo a dizer-lhe”...
É neste contexto que esta mulher entra com um frasco de perfume que era usado pelas mulheres prostitutas dependurado no peito com um cordão ao redor do pescoço. Este perfume era usado para seduzir os homens, mas quando ela derrama este perfume sobre os pés de Jesus ela estava dizendo com aquele ato, eu não preciso mais dele, estou derramando e entregando meu amor a este homem. Outro fato curioso é que quando lemos superficialmente parece que ela foi perdoada neste episódio, mas provavelmente ela ouviu a mensagem no sermão do monte, e ela resolveu mudar de vida. Então na realidade Jesus estava restaurando ela a vida da comunidade, Jesus queria que Simão visse seu arrependimento e a aceitasse de volta na vida religiosa. Mas o que ela recebeu de Simão foi um pensamento de julgamento: “ e este homem fosse profeta saberia quem é esta mulher”. Percebeu os julgamentos? Desconsiderou Jesus como profeta e só olhou para a mulher como uma pecadora da cidade em vez de olhar como uma mulher perdoada e restaurada e devolvida sã para a sociedade;
Jesus então toma a palavra e enfrenta Simão ao dizer:
“Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me trouxeste água para lavar os pés, como é o costume. Esta, porém, molhou os meus pés com suas lágrimas e os enxugou com os próprios cabelos. Da mesma maneira, tu não me saudaste com um beijo na face, como é tradicional; ela, todavia, desde que cheguei não cessa de me beijar os pés. E mais, tu não me ungiste a cabeça com óleo, como era de se esperar, mas esta mulher, com puro bálsamo, ungiu os meus pés. Por tudo isso, te asseguro: o grande amor por ela demonstrado prova que seus muitos pecados já foram todos perdoados.
Isso era o que Jesus queria. Jesus não queria que Simão olhasse ela como uma pecadora mas sim como uma restaurada. Como estamos enxergando as pessoas tratadas por Jesus?
Cena 4
“Dois devedores havia de certo credor. Um devia quinhentos denários e o outro cinquenta. Não sendo eles capazes de pagar, ele perdoou a ambos, qual deles amarás mais?” Simão respondeu: Suponho que seja aquele a quem ele perdoou mais e Jesus lhe disse: “julgaste bem”
Incrível o que Jesus fez, ele aos olhos da comunidade ( refeição aberta) estava dizendo claramente que aquela mulher teve seus pecados perdoados, e que era para eles a aceitarem. E fez Simão admitir na frente de todos: sou um grande pecador assim como é esta mulher, isto eu não havia percebido, nem me arrependi, nem ouvi a oferta da graça como essa mulher ouviu. Fui perdoado pouco e assim amei pouco o agente de Deus ( Jesus). Se Jesus realmente deseja evitar pecadores ele deve me evitar e não esta mulher a quem desprezei. ( livro Parábolas de Lucas, pagina 60)
Há dois tipos de pecado e dois tipos de pecadores, a saber: Simão e a mulher. Simão peca dentro da lei e a mulher fora da lei. Os pecadores como a mulher sabem que são pecadores, e os religiosos muitas vezes acusam tanto e não sabem que também são pecadores, desta forma o arrependimento é mais difical para o “justo”.
Fernando Romero.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

NINGUÉM TEM SALVACÃO POR JUSTIÇA PRÓPRIA. O HOMEM QUE BATIA NO PEITO POR SE SENTIR TÃO PECADOR.


Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.
Lucas 18:10-14
Havia dois cultos para expiar os pecados durante o dia, um era de manhã e o outro as 15hs, esta situação ocorreu em um desses horários. Neste ritual era sacrificado um cordeiro pelo amanhecer e outro semelhante na parte da tarde. A hora da queima do incenso era apropriada para as pessoas fazerem suas orações. A fumaça do sacrifício se elevava sobre o altar e a área do templo, sendo assim quem estava no templo se colocava diante desse altar com seu sacrifício a queimar. Uma pessoa impura tinha que ficar na porta oriental do templo, isto é, pro lado de fora.
É neste contexto que Jesus aplica esta parábola. O fariseu achava que conseguia a expiação por justiça própria. O costume do judeu era orar em voz alta, desta forma, ele está falando para todos ouvirem que ele não é como o publicano que é injusto, roubador e adúltero. Pessoas de justiça própria tocam trombetas de si mesmo. A primeira saraivada de ataques do fariseu contra seus companheiros de adoração revela mais de, si mesmo do que ele pretendesse, isto é, a oração na vida piedosa judaica, incluía expressões de agradecimentos, louvor a Deus por todos os seus dons, e petições referentes à necessidades do adorador. Este fariseu não faz nada disso, ele não agradece a Deus por suas dádivas, mas pelo contrário, se vangloria de sua justiça por esforço próprios. Pessoas assim nunca olham para Deus, apenas se comparam com quem julga pecador.
Em paradoxo a isto, temos este homem cobrador de impostos, quem se sente tão angustiado que bate no seu peito, pois se sente muito injusto, mas ele não olha para o fariseu, olha para dentro de si. Este gesto dramático de cerrar os punhos é do oriente médio, e faz isto quem sente uma grande angústia. Somente duas vezes vemos isto na bíblia a saber: este homem que hora muito angustiado e quando Jesus é crucificado a multidão bateu no peito de tanta angústia: E toda a multidão que se ajuntara a este espetáculo, vendo o que havia acontecido, voltava batendo nos peitos.
Lucas 23:48
A oração deste publicano mexe comigo, pois ele se sente indigno. A tradução da versão árabe diz que ele orou: “Deus! faze uma expiação por mim, um pecador.” Este publicano está ali na hora do sacrifício e impedido de entrar no altar, não quer ser visto sentindo sua indignidade de juntar-se aos participantes, em seu quebrantamento ele deseja faz parte de tudo aquilo e anela por querer justo.
Jesus disse que foi o publicano quem foi justificado na presença de Deus.
Isto significa que o amor de Deus é oferecido gratuitamente e não pode ser conseguido por esforços próprios, a justiça não vem pelo esforço humano. O fariseu orgulhoso das suas obras de mérito, não é justificado. Na parábola do servo ele trabalha mas não ganha merecimento, o homem rico observa os mandamentos mas não ganha a vida eterna. Na parábola do grande banquete os convivas são totalmente indignos de estarem presentes. E toda justificativa do doutor da lei de justificar a si mesmo é fracassada.
A salvação não vem de vós é dom de Deus.
Obs: informações tirada do livro PARÁBOLA DE LUCAS escrito por Kenneth Bayley.
Fernando Romero.

sábado, 6 de fevereiro de 2021

GUARDE SUA FAMÍLIA NO COFRE COMO FEZ NOÉ.


Deus disse para Noé construir uma arca. Arca na origem latina significa COFRE.
A família deveria ser posta e guardada dentro desse cofre. Um dilúvio haveria de varrer toda a terra mas não atingiria a família de Noé dentro do cofre ( arca).
O que me encanta na palavra Arca ser traduzida como COFRE, é que mostra que a família é algo de muito valor para Deus. Você só utiliza o cofre para algo que vale muito.
O primeiro capítulo da biblia já começa com uma familia. O primeiro capítulo do novo testamento começa com a família de Jesus .
O primeiro milagre de Jesus foi transformar água em vinho em favor de uma família.
Assim como Deus guardou a família de Noé dentro de um cofre assim devemos fazer com nossa família. Saber que cada pessoinha da nossa família tem muito valor.
Envolva sua família no cofre assim como Deus nos ensinou no dilúvio.

AH SENÃO FOSSE O PAI... O filho pródigo teria sido assassinado.


O filho pródigo para mim é uma das passagens mais lindas carregada de graça e amor e surpresas. Para entendermos as parábolas é preciso descortinar o ambiente que ela foi narrada e qual o contexto cultural. Todas as parábolas de Jesus são narradas no Oriente Médio, portanto precisamos entender o pano de fundo dessa magnifica história.
Em primeiro lugar no oriente médio o Pai é uma figura de alto respeito comunitário, filhos, servos e componentes das aldeias o respeitam muito. Jamais um pai no oriente se deixa ser insultado. Um outro costume é quando um filho abandona o pai sobre insulto, quando ele volta e se voltar, ele é humilhado por todos os habitantes da sua vizinhança, ele sofre agressões verbais e um jarro é quebrado na sua frente, este ato de quebrar o jarro significa que este filho não é mais aceito pelo pai e muito menos pela comunidade. O insulto ao pai é algo muito grave. E também um ancião no oriente médio nunca corre, o andar dos anciãos é visto como algo respeitoso e maduro, porém o correr é se permitir a vergonha pública.
Agora que você tem estas informações você conseguirá entender melhor a preciosidade desta parábola. Foi um insulto o filho mais novo pedir para o Pai dividir a herança e lhe dar a parte que pertence, pois herança se dá após a morte do pai. Aquilo foi o mesmo que dizer pai para mim você morreu ou quero que morra. Para piorar um judeu não se contamina com carne de porco e considera gentio um povo imundo, e este filho vai para terra de gentios e deseja comer comida de porcos e cuida de porcos. O insulto a este pai é de alta relevância.
Então o filho pródigo tem o seguinte pensamento: “Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;
Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus escravos”
Lucas 15:18,19
Mas quando ele volta a sua casa e a sua comunidade, o Pai sai correndo ao seu encontro, isto porque teve compaixão ( um pai não podia correr, pois isto era vergonha publica), este pai sabia que a comunidade ao reconhece-lo iria insultar e envergonhá-lo, e iria quebrar o jarro. O que o Pai faz? Assume a vergonha em seu lugar.
O pai faz com que a reconciliação se torne publica na entrada da aldeia, desta forma, o seu filho entra na aldeia sobre o cuidado da proteção do pai. (Livro parábolas de Lucas, pagina 230). O pai não se importa se pode ou não correr, ele corre porque teve compaixão do filho:]
E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
Lucas 15:20
Este ato impactou tanto o seu filho e foi recebido com tanta graça que ele apenas conseguiu dizer: “Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho.
Lucas 15:21.
É maravilhoso essa declaração dele porque ele ensaiou dizer: não sou digno de ser chamado teu filho, torna-me um escravo seu, porém diante do amor e perdão pai, ele apenas diz: não digno ser chamado teu filho. Na realidade ele tinha razão, não era mesmo digno, mas, o Pai assume sua vergonha e o recebe como filho. O amor do pai não para por ai, pois seu filho mais velho se ira contra a atitude do pai e diz: “Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado.
Lucas 15:30
Aqui tem nas entrelinhas outro assunto sério, a parábola não diz que o pródigo gastou a fortuna com as prostitutas, quem diz isso é o irmão mais velho. O que está acontecendo aqui é que ele quer incriminar o irmão e ele está discutindo com o pai fora da casa, novamente ao público, isto também é insulto ao pai. Como na parábola de Jesus este irmão mais velho são os fariseus que tinham justiça própria, ele tenta levar o irmão mais novo a ser apedrejado e morto baseado na lei:
Quando alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedecer à voz de seu pai e à voz de sua mãe, e, castigando-o eles, lhes não der ouvidos,
Então seu pai e sua mãe pegarão nele, e o levarão aos anciãos da sua cidade, e à porta do seu lugar;
E dirão aos anciãos da cidade: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz; é um comilão e um beberrão.
Então todos os homens da sua cidade o apedrejarão, até que morra; e tirarás o mal do meio de ti, e todo o Israel ouvirá e temerá.
Deuteronômio 21:18-21
O pai sabe disso e podia punir severamente este ato, pois era um insulto não perdoar a quem o pai perdoou, mas este pai toma outra atitude surpreendente contrária aos seus costumes , ele procura ser um reconciliador ao dizer: tudo o que é meu é teu.
Na realidade Jesus estava mostrando que o prodigo é a ovelha perdida que foi achada, e o irmão mais velho é a moeda que está em casa mas também está perdida e como a moeda é sem vida assim estava o irmão mais velho. Os dois estavam perdidos. E o Pai procurava restaurar os dois. Mais enfaticamente fariseus e publicanos.
OBS: as informações que embelezam ainda mais esta história está contida no livro, AS PARÁBOLAS DE LUCAS escrito por Kenneth Bayley.
Fernando Romero.