segunda-feira, 29 de julho de 2019

A MORTE É APENAS UM PORTAL PARA A ETERNIDADE




Se a um medo que não tenho é de morrer, e isso, por ter consciência o que é a morte. A morte perdeu seu poder na ressurreição de Jesus, ela foi tragada em Cristo, e uma vez que Jesus ressuscitou todos nós ressuscitaremos Nele.

A morte de um justo é preciosa aos olhos de Deus, e isso porque, é apenas um portal, por onde você passa para ser aquilo de fato que você é mas que hoje ainda não é.

O salmos 23 fala dessa passagem gloriosa para eternidade. É onde vamos atravessar o portal e estarmos no lugar de águas tranquilas e pastos verdejantes. A morte é ter o privilégio de ouvir a voz de Jesus como Lázaro ouviu:  Lázaro venha para fora.

Não importa se Jesus estava do lado de cá quando chamou Lázaro que já estava do lado de lá, pois quem está em Cristo não morre, Ele mesmo disso isso, que apenas passa da morte para a vida, sai desse mundo de dores e vai ao encontro de Jesus.

O momento que mais minha alma anseia é quando eu ouvir: Fernando saia para fora, deste corpo, e venha até mim. É ouvir o que Jesus disse ao ladrão da cruz: Hoje, mesmo te digo, estarás comigo no paraíso.

É estar consciente em uma mente de total lucidez em Cristo Jesus. Eu vejo a morte como o apóstolo Paulo enxergava: para mim o morrer é lucro.

Quem enxergou a morte com poesia e beleza como deve ser vista foi Raul Seixas:

Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar
Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?
Vou te encontrar vestida de cetim
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo, mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida
Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida
Existem tantas
Um acidente de carro
O coração que se recusa abater no próximo minuto
A anestesia mal aplicada
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio
Oh morte, tu que és tão forte
Que matas o gato, o rato e o homem
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite
Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo
Mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida.

Fernando Romero.


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