“E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isto quase à hora sexta. Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber. Porque os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida.
Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos). Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?
És tu maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado?
Jesus respondeu, e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede;
Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna. Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, e não venha aqui tirá-la.
Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido, e vem cá.” João 4.6-16
Apresentada apenas no Evangelho de João , a descrição da profundidade subjetiva desse diálogo de Jesus com essa mulher configura de maneira extraordinária, algo que elabora em uma compreensão psicoafetiva ma dimensão histórica, cultural e subjetiva daquela mulher. Jesus começa o diálogo pedindo água , no qual o elemento água é uma metáfora já presente no cotidiano daquela mulher. Desejo de água associado ao desejo de ser acolhida em amor por um companheiro. Tanto que, Jesus após oferecer água viva, que mostra o desejo vivo de ser amada, Jesus diz: “ Então vá e chama teu marido. A mulher então recai sobre uma reflexão profunda de si e de sua condição de abandono e responde: “não tenho marido”.
Jesus entende a dor emocional daquela mulher e lhe oferece como companhia a presença do Espírito Santo, já que a água que Jesus falava referia ao seu Espírito Santo. Jesus olhou para a alma daquela mulher e não a julgou por ter tido cinco marido. Jesus viu o que na ninguém viu: o desejo de ser amada. Ela era usada pelos homens. E ao ser usada é abusada sua alma ficou em frangalhos. Mas Jesus chega e diz: até você conhecer alguém que te valorize vou lhe oferecer meu Espírito e minha presença como companhia.
Ela ficou tão feliz com Jesus que saiu correndo para contar para toda cidade que Jesus a amava e que tinha mudado sua história.
FernandoRomero
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