De acordo com as Escrituras o invejoso é sempre um inimigo que surge de pessoas que se assentam na sua mesa. É aquele seu amigo chegado, que com o passar do tempo desenvolveu a ambivalência da admiração acompanhada da inveja. Seres inseguros quando admiram muito o outro, em vez de simplesmente serem gratos pela riqueza que o outro carrega, ou pelo que ele expresse, depois de um tempo farão comparações, motivados por esta insegurança, e essas comparações farão nascer inveja. O invejoso sempre nasce na espontaneidade do ambiente que supostamente era fraterno.
O invejoso é seletivo, ele é capaz de ser gente muito boa com muitos e ser o diabo com alguns, ou com alguém; ele é capaz de ser absolutamente explícito nas suas bondades para com a maioria, e ser de uma sutileza maligna, quase imperceptível, no que arma, ou na energia que vaza para com alguém.
No evangelho Judas serve de arquétipo do inimigo-invejoso, que é esse cara próximo, que conhece você, que sabe de você, anda com você, come com você, e você não sabe o que está se processando nele, até o dia que você é assustado. E nesse dia o coração quer odiar, porque o aviltamento é muito grande, pela proximidade que houve, pela relacionalidade que existiu, pela intimidade concedida, pela confiança compartilhada. E agora, pela traição estabelecida, pela seletividade da antipatia que outrora foi admiração e que se transforma na insuportabilidade da sua presença ante esse ser que você não consegue explicar.
Mas Jesus manda a gente orar e amar essas pessoas. Amar não significa estar sempre junto, até porque destes devemos guardar o coração. Mas em orando e abençoando por estes, já estou amando.
Livro: Caminho do Discípulo, vol 3, página 377 de CAIO FÁBIO .
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