Essa é uma das lições da parábola do filho pródigo. O irmão mais velho apontou para seu Pai a traição do seu irmão mais novo:
“E saindo o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos;
É gravíssimo quando apontamos os erros dos outros. Por isso, Jesus recomendou a não corrigir o próximo:
“E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?” Mateus 7.3,4
Mas a traição do meu próprio acerto é bem mais grave. É isto que o irmão mais velho não enxergou. Ele achava que tinha mais direitos por agir corretamente. Por isso exigia juízo sobre seu irmão. Ele faz a lista de seus acertos quando insta com seu Pai:
“Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos;”
Esse rapaz representa aqueles que não entenderam a graça do Pai celestial e exige juízo sobre os outros. Na mesa do Pai não peca menos quem age corretamente, esses peçam mais, porque são traídos por aquilo que eles chamam de acertos: “eu te sirvo, há tantos anos”… Um exemplo claro que a traição dos próprios acertos é mais grave que a traição dos erros dos outros, está na parábola que Jesus contou sobre o fariseu e o publicano:
“Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.” Lucas 1.10-14
Este fariseu estava sendo traído por seus “acertos” se juntarmos as falas das duas parábolas a traição dos “acertos” fica mais nítido:
“Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos; Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.”
Achar que eu tenho méritos, e tenho diretos maiores porque julgo ter mais acertos que meu próximo, é a pior das traições.
Pois este tipo de pessoa nunca se alegra com o perdão dos erros do próximo:
“Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se.” Lucas 15.32
Para estes Jesus adverte: “Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.” Mateus 7.5
Você não será perdoado por seus méritos. Não é pelo seus acertos. E quem você condenou por errar, é quem Jesus falou que sai perdoado:
“Eu vos asseguro que este homem, e não o outro, foi para sua casa justificado diante de Deus. Porquanto todo aquele que se vangloriar será desprezado, mas o que se humilhar será exaltado!” Lucas 18.9-15
Fernando
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