quinta-feira, 23 de agosto de 2018

A PALAVRA DE DEUS NÃO MUDA,A MAS OS TEMPOS SIM.



PORTANTO A APLICAÇÃO DA PALAVRA PARA CADA TEMPO SE DÁ DE UM JEITO.

Como aplicar o evangelho nosso tempo...
Devemos ler a bíblia, segundo olhar de Jesus. E termos em mente o que se passava nos tempos dos escritos, porém, não se deve aplicar da mesma forma em outras culturas, e em outros tempos.
Um exemplo clássico é a carta de I coríntios 7, onde se relata a vida sobre o casamento, se a mulher deve ser virgem ou casar caso se divorciar. Quando você olha para o apóstolo Paulo, ele cria que Jesus voltaria naqueles dias, ele mesmo se colocava no arrebatamento dizendo: “então nós que ficarmos vivos seremos transformados num abrir e piscar de olhos”.
Como ele cria que Jesus voltava em seu tempo, ele responde as perguntas com a sua fé que ele tinha para seu tempo, e responde apontando sobre o que cada um deve fazer, mas que fique claro para o seu tempo e não para o nosso.

...“Bom seria que o homem não tocasse em mulher.”

Certamente esse nunca seria um princípio sadio, desde o Gênesis, se levássemos em consideração a continuidade da vida na terra!
. “Queria que todos os homens fossem como eu mesmo sou.”

É impossível pensar na masculinidade de todos os cristãos tendo Paulo como modelo. Exceto se o que ele diz estivesse condicionado ao “tempo” e às “circunstancias” daquela hora.

“Acho, pois, que é bom, por causa da instante necessidade, que a pessoa fique como está. Estás ligado a mulher? não procures separação. Estás livre de mulher? não procures casamento.”

Outra vez, todos nós sabemos, não é assim que as coisas são na normalidade da vida e na linearidade da história. E também sabemos que não é bom que o homem-mulher esteja só. Exceto se esse for um “dom”; ou seja: um chamado.
“Quem se casa faz bem; mas quem não se casa, faz melhor.”

Se os conselhos “circunstanciais” de Paulo tivessem sido obedecidos como mandamentos perenes, o ocidente não seria como é; a história da igreja não teria acontecido como continuidade; o sentido de procriação como desenvolvimento e perpetuação histórica teriam acabado; e somente os “consagrados” estariam agradando a Deus em plenitude.

Foi a aplicação desses princípios circunstancias de Paulo, aquilo que gerou o espírito celibatário dos clérigos cristãos.

Paulo, no entanto, estava sendo apenas próprio e sensato levando em consideração o cenário que ele contemplava.

E mais: sempre que as circunstancias forem negativas e opressivas, a sensatez do apóstolo precisa ser levada em consideração.
Se a circunstancia da necessidade física e emocional da conjugalidade estiverem presentes, o casamento é o caminho, não a promiscuidade. O famoso “é melhor casar-se que viver abrasado” tem que ser compreendido no seguinte contexto: “Dadas as circunstancias, o casamento é um peso; mas se alguém não consegue se conter e acaba mergulhando na promiscuidade; então, que se case, pois é melhor casar que viver abrasado”.

Ninguém deve ser estimulado a buscar vínculos e nem a fugir deles. Quem foi chamado estando de um certo modo, permaneça como foi “chamado”. Mas se a “circunstancia” é ruim, que busque algo melhor para a sua vida. É um direito buscar sair da escravidão—de qualquer tipo de escravidão! Mas sendo possível, que ninguém se obrigue ao circunstancialmente é possível de ser abandonado; e nem se amargure quando não for esse o caso.

. A tentação para os que já são mal casados antes de se converterem é, após a conversão—contemplando novos cenários— pensar em deixar seus cônjuges anteriores e reconstituir novos vínculos, só que agora com cristãos. Paulo diz que tal circunstancia só pode prevalecer se o cônjuge descrente desejar também se separar; ou ainda se não houver “paz” entre ambos; ou seja: se houver espírito de escravidão. Em havendo “opressão”, ele diz que a porta está aberta, visto que Deus nos chamou à paz.

. A mulher está ligada ao cônjuge enquanto ele vive; mas se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, conquanto que seja no Senhor. Com isto, Paulo não afasta a possibilidade de que pessoas que se separaram possam casar-se outra vez. Afinal, não foi desse modo que Jesus tratou a alguns “quebrados” que Ele encontrou pelo caminho—incluindo a Samaritana. O que Paulo está dizendo é que a pendência legal de uma “mulher”—note a circunstancialidade da afirmação, visto que mulheres e homens não tinham direitos iguais naqueles dias—, seria naturalmente resolvida pela viuvez; ou pelo abandono, conforme afirmação anterior dele. Um novo casamento seria possível, mas somente no Senhor.

E por que “somente no Senhor”?

Primeiro porque já vimos que Paulo queria poupá-los de “tribulações”. Ou seja: ele estava preocupado em manter os cristãos livres para enfrentarem as dificuldades dos últimos dias.

Segundo porque ele desejava que numa sociedade machista e masculina, o Caminho não fosse acusado de libertinagem, como se a fé gerasse uma confraria de trocas de casais e de excessivas liberdades às mulheres.

Portanto, a morte do cônjuge, o abandono ou as condições de opressão insustentável eram, para ele, as razões que justificariam a separação aos olhos de todos.
O que tenho a dizer é que se formos literais—e não levarmos em consideração o contexto—, a própria fixação evangélica na necessidade do casamento já é, em si, uma violação ao espírito “deste texto”—I Coríntios—, que não dá essa importância toda à conjugalidade. Paulo não tinha pessoalmente essa fixação e parece achar que tais vínculos atrapalham a quem quer ter liberdade para servir a Deus. Especialmente nas circunstancias que ele divisava.

Aliás, Paulo diz: Quem casar não peca, quem não casar, faz melhor!

Portanto, a manter-se a “fixação” na letra do que está escrito, deveríamos ainda aprender a lidar com I Coríntios 11: 1-16, no que se refere ao uso do véu.

Ora, para a “questão do véu” os evangélicos usaram o critério cultural e do bem senso a fim de resolver a questão.

Ninguém parece se afligir com o princípio que ali está em operação.

E por que?

Porque o modo como o “véu”—autoridade—se manifesta hoje, já não é através de um pano, mas mediante a conduta—como sempre foi; afinal o “véu” era apenas uma simbolização.

Com isto estou dizendo que enquanto os cristãos não souberem diferenciar o Princípio da Palavra dos contextos históricos dentro dos quais aquela Palavra foi ensinada, cairão sempre em contradição, visto que não conseguirão impedir as mudanças dos tempos e modos; e nem tampouco conseguirão ter paz para viver “conforme cada um foi chamado”. E isto não tem a ver apenas com as circunstancias da vida pessoal de cada um, mas também com as “circunstancias dos tempos” nos quais cada um de nós está sendo chamado para ser discípulo de Cristo na História... CAIO FÁBIO

Hoje não é diferente, a pessoas querem colocar a palavra cerca de mais de 2 mil anos atrás, e fazer com o mesmo valor cultural do seu tempo. Não é assim, devemos portanto aplicar o bom senso, do evangelho, para nossos dias.
Assuntos como abortos, homossexuais, precisam sim de ser revisto até mesmo mediante a palavra, para que essas pessoas não venham sofrer homofobia, desprezo. Não é assim que Jesus ensina. Você não pode aplicar a lei do olho por olho e dente por dente nos dias de hoje, isso é para os dias de Moisés, até o próprio Jesus aplicava a lei de forma diferente para seu tempo, dizendo: “mas, agora vos digo”, o mas é um advérbio de contra-tempo. Tem o sentido de mostrar mudança na aplicação da palavra que não muda.
A palavra não é o escrito, a palavra é Cristo-O-VERBO-ENCARNADO. Se Ele é a palavra devo proceder como Ele procedeu, se fazendo aplicar para cada tempo. Se for de outra forma, cometeremos muitos erros, pois a cultura, as pessoas, o lugar, e o tempo muda tudo. Ninguém mais hoje realiza sacrifícios com animais pois isso já caducou, Cristo se fez sacrifício único.
Se Jesus em vida, e se Jesus em Paulo me ensinou a ver a palavra para seu tempo, porque então não aplicar a palavra para nosso tempo da forma correta? Por isso, Jesus disse que pesam fardos pesados sobre as pessoas.
Por isso Paulo nos recomenda a transformar nossa mente. Senão for assim, o evangelho não evangelho não é evangelho.

Fernando Romero.

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