A bondade não tem de saber se jactar do feito, ela te instalar uma amnésia nela mesma, para que não vire virtuosismo perverso. Sempre que narramos uma bondade nossa, narramos como quem já a perdeu, como quem arrancou um pedaço, como um insensato. Porque nossa consciência sabe que o amor que a agrada a Deus não se jacta, não se ufana, não propagandeia: fui eu! Nem diz, antes de salvar: vê como eu te amo! Não diz nada apenas faz.
Bondade não pode virar uma ideologia. Bondade, para não ser falsa bondade, precisa ser sóbria como Deus, que derrama graças; e quando o indivíduo abre a janela de manhã, sua grama está verdinha, molhada, é a semente abriu. As vezes, na noite anterior, pecou, traiu a mulher, mas a graça de Deus serenou no quintal dele.
A Bondade extrema de Deus é como o profeta Oséias fazia com Gômer: ela o traía, traía com todos os homens da cidade, e Deus disse: Oséias, segura essa onda com Gômer, por mim, porque o traído aqui sou eu, pois Israel se prostitui com tudo que é deus estranho; você vai fazer com ela o que eu faço com Israel: Israel se prostituiu com tudo que é deus estranho, mas eu continuo a trazer chuvas e abrir os grãos. E eles ainda agradecem a Baal: “obrigado, Baal, porque tu és o deus da fertilidade!”. Eles se deitam com suas mulheres e elas ficam grávidas, e eles agradecem a Baal - não sabem que se eu quiser, eles ficam impotentes e não tem Baal que dê jeito; mas eu abro a madre e deixo os filhos nascer.
Jesus falou que Nossa bondade tem que ter como referência o Pai celestial:
Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.
Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus. Mateus 5.46-48
A bondade não troca trombeta, do
Contrário você se torna fariseu. O discípulo tem que ser recíproco ao Pai que está nos céus.
Livro: Caminho do Discípulo, vol 3, página 385 de CAIO FÁBIO .
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