sexta-feira, 15 de abril de 2022

O LADRÃO NÃO PENSAVA NO PARAÍSO, MAS O LADRÃO ERA PENSADO PELO PARAÍSO .


“Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez.’” Lucas 23:40-41.
“ Nós, na verdade com justiça” Isso é um homem morrendo satisfeito! Este homem estava do lado de Jesus sendo crucificado. Ele discerniu que Jesus era o caminho da vida. O caminho da vida não rouba, doa; o caminho da vida não toma, entrega;
“ nós na verdade, com justiça “. Porque estamos pagando o que nossos atos merecem, mas este nenhum mal fez”.
E acrescentou: “ lembra-te de mim quando entrares no teu reino”.
Ele agora deixa de ser um ladrão, se torna um discípulo que viu Jesus, discerniu Jesus, enxergou a glória e o ganho que é estar com Jesus, qualquer coisa que a ele aconteça, é, na verdade com justiça. Não tem demanda ou questões. Ele sabe que está sempre aquém e nunca vai se encontrar além da referência porque é sempre um ser aquém dela. Nos momentos finais da sua consciência, em qualquer que seja o tempo, a lucidez de Deus a ele chega e a ele visita. Ele discerne Jesus, já o faz sabendo que já está tudo pago e consumado, está feito. O discípulo sabe que tem lugar no paraíso, não por causa dele, mas por causa de Jesus.
O paraíso é o destino dele. E é por isso que que ele não acompanhou a voz do outro ladrão que é a voz de muitos: “ se tu és, faze por ti e por nós”. Para o discípulo, Deus nunca é tratado como: Se tu és, então me prova. Para o discípulo, Deus é, Jesus é, com cruz, sem cruz, pendurado ou ressuscitado. E o discípulo Nele é lembrado no paraíso. O paraíso sabe do discípulo todo dia; o discípulo é contado no paraíso como um dos cidadãos de lá. O paraíso o conhece, embora ele ainda não conheça.
O paraíso é em nós também. Jesus em nós é a esperança da glória. Jesus em nós é presença antecipada e crescentes das consciências do paraíso e da glória. Não se faz um discípulo sem a transcendência do paraíso ou sem a imanência do paraíso. Ele tanto nos transcende e nos motiva como é imanente em mim e gera em mim as pulsões do desejo eterno que nos remetem na direção daquilo que nos aguarda.
Livro: Caminho do discípulo, volume 1, páginas 122, 123 de CAIO FÁBIO

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